Reunindo dezenas de pessoas e um montante de peças de vestuário, ação propõe o reconhecimento da importância da reciclagem no universo da moda
Em 17 de maio é comemorado o Dia Mundial da Reciclagem. Para marcar a data, a Av. Paulista foi escolhida para sediar o “DES.A.FIO”, evento organizado pela marca de roupas Malwee. O objetivo da campanha é conscientizar a população acerca da quantidade exorbitante de lixo que é produzido no descarte de roupas que estão em desuso.
Para participar, as pessoas devem levar cinco peças de roupa usadas e trocar por um moletom novo da marca que é completamente sustentável feito de roupas que iriam ser descartadas. De acordo com os organizadores, peça economiza 33% de água durante sua produção e contribui para que sejam emitidos 44% menos de CO2 no meio ambiente.
A ação acontece em frente ao Shopping Cidade São Paulo e irá até as 21:30 da noite. Todas as peças entregues serão levadas à Cruz Vermelha, que fará a separação do que será doado e o que será reciclado e transformado em novas vestimentas.
Muitas pessoas aderiram a causa e se deslocaram até o shopping formando uma grande fila ao seu redor.
Um grande diferencial do evento é a disposição das roupas que estão sendo entregues. Colocadas umas em cima das outras, as peças se transformaram em uma colossal pilha de roupas, que chama muito a atenção de quem passa pelo local, contribuindo para que mais pessoas se interessem pelo movimento.
Pilha das roupas entregues no evento. Foto: Maria Clara Castilho / Revista Esquinas
Maria Clara Castilho / Revista Esquinas
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A artista plástica Carol Almeida colaborou na preparação do evento, e foi a responsável por criar máscaras estilizadas e coloridas que estavam sendo utilizadas por alguns participantes do movimento. Carol conta que suas máscaras foram idealizadas exclusivamente para o projeto apesar de já trabalhar com materiais de reuso: “Elas foram feitas com muito carinho, de retalhos que eu fui colecionando durante a vida, de cordas que sobraram de outros projetos e que eu mesma havia tingido e um pouco de matéria prima do moletom. Alguns dos materiais mais neons são atuais, devido a necessidade do projeto, mas a grande maioria mesmo é tudo reciclado.”
Carol ainda acrescenta que, apesar da iniciativa, ainda há um grande percurso a ser percorrido para que o problema possa ser sanado. “Acho que temos que investir muito ainda para realmente mudar esse cenário”, afirma Carol.
Participantes do evento usando máscaras confeccionadas por Carol Almeida. Foto: Maria Clara Castilho / Revista Esquinas
Maria Clara Castilho / Revista Esquinas
O lixo têxtil e a reciclagem
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), só no Brasil são produzidas 170 toneladas de resíduos têxteis por ano. Especialistas em sustentabilidade e moda afirmam que o problema central está na obsolescência programada das roupas, já que são feitas para ter baixa durabilidade e rápido descarte.
Por essa razão a reciclagem tem se mostrado um meio eficaz para resolver parcialmente a questão, uma vez que as roupas ganham um ciclo de vida muito mais longo.
Além de tentar criar outra utilidade para roupas em desuso, como reformá-la mudando seu design ou inovando algo antigo, o descarte correto das peças também deve ser levado em consideração, através das coletas seletivas espalhadas por todo o País.