Palco para as maiores companhias teatrais do mundo, São Paulo abriga grupos das mais diversas vertentes
O Theatro Municipal de São Paulo entrou para a história brasileira ao sediar a Semana de Arte Moderna de 1922, que revolucionou todo o sistema cultural do País. Ao longo de quase um século, a capital paulista viu florescer por suas ruas salas de espetáculo das mais diferentes vertentes teatrais. Do palco italiano à arena, passando pela ruas da metrópole, a Paulicéia Desvairada, antevista por Mário de Andrade, atualmente recebe montagens não apenas de companhias nascidas aqui, mas também das mais diversas partes do Brasil e do mundo.
Somente uma cidade com a diversidade de São Paulo pode abrigar ao mesmo tempo encenações de rua como a Medusa Concreta, a efervescência eterna de Zé Celso Martinez Corrêa em seu Oficina ou a montagem de óperas absolutamente clássicas, como as que o ocorrem todos os anos no já mencionado Municipal.
Do Teatro Brasileiro de Comédia à arquitetura ousada e libertária de Lina Bo Bardi para o Oficina, em comum, a cena teatral da cidade tem o respeito absoluto por todas as manifestações dramáticas. Se São Paulo pode ser vista como um palco, seus teatros são as coxias de uma cidade que, ao longo de sua história, aprendeu a receber “atores” da comédia e da tragédia humanas.
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Medusa Concreta, encenada pela Companhia Les Commediens Tropicales, utilizou as ruas da Praça Pedro Lessa, no Centro, para discutir violência sexual e a cultura do estupro / Foto: Victor Kiyoshi
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Mesmo sem uma sala para limitar o espaço cênico, Medusa Concreta possui uma trilha musical ao vivo, poemas visuais e monólogos / Foto: Victor Kiyoshi
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Na área central da cidade, próximo à Cracolândia, o Teatro de Contêiner Mungunzá se tornou referência numa das regiões cujas políticas públicas se mostram ineficazes / Foto: Leticia Giollo
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Na área central da cidade, próximo à Cracolândia, o Teatro de Contêiner Mungunzá se tornou referência numa das regiões cujas políticas públicas se mostram ineficazes / Foto: Victor Kiyoshi
Eleito pelo jornal The Guardian como o teatro com melhor projeto arquitetônico do mundo em 2015, o Teatro Oficina Uzyna Uzona foi idealizado por Lina Bo Bardi em 1991, apesar da companhia existir desde 1958. Encabeçado pelo diretor Zé Celso, o lugar é reconhecido pelas experimentações ousadas em encenações de O Rei da Vela, Hamlet, Os Sertões, entre outros. Com apresentações trangressoras que se desenrolam, literalmente, nos subsolos da metrópole, o grupo Os Satyros, criado em 1989, é responsável pelas mais famosas interpretações da sexualidade violenta do Marquês de Sade no Brasil.
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As estruturas precárias dos ambientes em que Os Satyros atua contribuem para a criação de uma atmosfera underground / Foto: Victor Kiyoshi
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As estruturas precárias dos ambientes em que Os Satyros atua contribuem para a criação de uma atmosfera underground / Foto: Larissa Basilio
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As estruturas precárias dos ambientes em que Os Satyros atua contribuem para a criação de uma atmosfera underground / Foto: Larissa Basilio
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Em briga judicial com o grupo Silvio Santos pelo terreno ao redor do Teatro Oficina, a companhia planeja usar o espaço para ampliar suas atividades / Foto: Henrique Artuni
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Em briga judicial com o grupo Silvio Santos pelo terreno ao redor do Teatro Oficina, a companhia planeja usar o espaço para ampliar suas atividades / Foto: Marcio Moraes
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Em briga judicial com o grupo Silvio Santos pelo terreno ao redor do Teatro Oficina, a companhia planeja usar o espaço para ampliar suas atividades / Foto: Divulgação
Entre os mais importantes palcos de São Paulo, destaca-se o Teatro Brasileiro de Comédia, inaugurado em 1948 pelo industrial Franco Zampari. Foi escola para Cacilda Becker, Paulo Autran e Fernanda Montenegro. De portas abertas desde 1952, o Teatro Popular João Caetano sedia espetáculos diversos, como dança, shows e peças infantis. Já o Teatro de Arena Eugênio Kusnet, com as mesmas características de sua concepção em 1953, foi um reduto da experimentação, abrigando muitas produções de Augusto Boal – que nomeia a sala principal.
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O Teatro Popular João Caetano, na zona sul, já recebeu personalidades como Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre / Foto: Larissa Basilio
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O Teatro Popular João Caetano, na zona sul, já recebeu personalidades como Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre / Foto: Larissa Basilio
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O Teatro Popular João Caetano, na zona sul, já recebeu personalidades como Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre / Foto: Larissa Basilio
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Motivo de embates entre instituições desde o seu fechamento em 2008, não há perspectivas para a reinauguração do TBC / Foto: Victor Kiyoshi
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Motivo de embates entre instituições desde o seu fechamento em 2008, não há perspectivas para a reinauguração do TBC / Foto: CEDOC – Funarte
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Com capacidade para 90 pessoas, o Teatro de Arena foi palco de clássicos como Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri / Foto: Henrique Artuni
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Com capacidade para 90 pessoas, o Teatro de Arena foi palco de clássicos como Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri / Foto: Henrique Artuni
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Com capacidade para 90 pessoas, o Teatro de Arena foi palco de clássicos como Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri / Foto: CEDOC – Funarte
O Theatro Municipal de São Paulo é um dos símbolos cosmopolitas do século XX, no Centro da cidade. Com recursos provenientes dos barões do café, a alta sociedade desejava uma casa à altura dos valores culturais europeus. Tombado em 1981, o prédio de traços neoclássicos já passou por três reformas. Outra casa da cidade é o Teatro Renault, antigo Paramount e Abril, de 1929. Sofreu um incêndio em 1969 e foi reformado em 2000. Inaugurado em 2014, o Theatro Net, localizado dentro do shopping Vila Olímpia, é palco de grandes produções da Broadway.
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O Teatro Renault foi o primeiro cinema sonoro da América Latina e serviu de modelo para várias outras casas de São Paulo / Foto: Henrique Artuni
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Apesar da modernidade da estrutura, o Theatro Net reproduz uma arquitetura à moda dos cinemas antigos / Foto: Leticia Giollo
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Símbolo cosmopolita de São Paulo, o Theatro Municipal foi erguido com a fortuna dos barões do café / Foto: Leticia Giollo
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A ópera Turandot, do italiano Giacomo Puccini, foi um dos destaques de 2018 no Theatro Municipal / Foto: Leticia Giollo
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Símbolo cosmopolita de São Paulo, o Theatro Municipal foi erguido com a fortuna dos barões do café / Foto: Victor Kiyoshi