Um panorama do uso de agrotóxicos no Brasil
Afirmar o direito à alimentação com produtos adequados é o argumento central do Guia Alimentar da População Brasileira de 2014, elaborado pelo Ministério da Saúde. E não à toa: a produção de monoculturas e o uso intenso de sementes de agrotóxicos geram preocupação em especialistas em saúde e ambientalistas. O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, superou os Estados Unidos desde 2008 como o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Segundo o Dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o processo de modernização da agricultura aprofundou ainda mais a concentração histórica de terras e provocou um violento êxodo rural para os centros urbanos mais industrializados.
Desde o período do pós-Guerra, o plantio cada vez mais marcado por processos tecnológicos ganhou força. O processo que teve como principal objetivo aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome – a chamada Revolução Verde – foi o começo do uso das sementes alteradas biologicamente (transgênicos). O uso de agrotóxicos e a fertilização química do solo também começaram nesse momento, segundo Carlos Ribeiro, chefe de cozinha e professor da escola Na Cozinha.
O Guia Alimentar ainda evidencia que a forma de produção dos alimentos tem consequências para a biodiversidade, a distribuição de renda, a autonomia de pequenos agricultores e, principalmente, o consumo de alimentos saudáveis. A estrutura da produção no Brasil não é uma exceção. O infográfico a seguir traça um panorama de um ponto central dessa produção: agrotóxicos.