Esquinas chega à reportagem 100 sobre coronavírus. Relembre os destaques - Revista Esquinas

Esquinas chega à reportagem 100 sobre coronavírus. Relembre os destaques

Por Rodrigo Ratier : junho 23, 2020

Este texto marca a centésima reportagem de ESQUINAS, revista-laboratório da Faculdade Cásper Líbero, sobre a pandemia de covid-19

100 reportagens e contando. Numa iniciativa pioneira e sem precedentes entre veículos laboratoriais no Brasil, ESQUINAS se dedicou à tarefa de publicar ao menos um conteúdo diário sobre a pandemia do novo coronavírus até que termine o período de isolamento social. A meta foi cumprida – e ultrapassada: no 77º dia da cobertura, chegamos à 100ª reportagem. Uma conquista que não seria possível sem uma combinação de apoio institucional e muita garra dos alunos envolvidos.

Para levar a tarefa adiante, uma equipe de voluntários se encontra reunida virtualmente. O convite inicial para a força-tarefa arregimentou 15 estudantes do curso de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. O grupo foi crescendo e chegou aos 84 voluntários atuais — estudantes de todos os quatro anos da graduação e da pós-graduação.

Reuniões de pauta e avaliação semanais e trocas diárias via aplicativo garantem o diálogo entre os participantes e a constância no fluxo de reportagens. Uma vez discutidas, as sugestões de reportagem viram objeto de apuração e, depois, matéria-prima para os textos. Finalizadas, as versões iniciais partem para a mesa de edição, composta pelos quatro alunos-monitores da revista – Enzo Volpe, Fernanda de Almeida, Junior Monte e Thiago Pansica – e por Rodrigo Ratier, professor supervisor do veículo. Ajustes feitos, imagens escolhidas, publicar: via homepage ou pelos perfis no Facebook, Twitter e Instagram, as reportagens ganham o mundo e encontram um novo público. Em menos de três meses, a cobertura já atingiu mais de 40 mil visitantes. É um número superior à toda a audiência do site somada desde maio de 2018, quando ESQUINAS estreou na internet.

Tudo começou em 27 de março. Naquele dia, um painel de previsão de casos evidenciava previsões de uma explosão no contágio. À época, o País registrava menos de 5 mil casos, 200 vezes menos do que o 1 milhão de notificações atuais, claramente subnotificadas.

Quatro dias depois o primeiro sucesso de audiência para os padrões da revista. “Não é gripezinha. Fui parar na UTI”, diz casperiano de 20 anos que enfrentou a covid-19, mostrava a gravidade da doença mesmo para pessoas saudáveis e fora dos chamados grupos de risco. Com mais de 5 mil visualizações, o texto foi republicado nos portais HuffPost Brasil, Diário do Centro do Mundo e Rede Brasil Atual.

A preocupação com o interesse público chamou a atenção da grande imprensa. Mais de 10 reportagens tiveram publicação simultânea em veículos da grande imprensa. No UOL, maior portal da internet brasileira, foram duas. “Dor no coração”, depoimento sobre o sistema público de saúde em Manaus — o primeiro a colapsar no país –, chegou à homepage do portal. Já “Entenda por que São Paulo não liberou nenhuma vaga de hotel para a população de rua”, à plataforma de causas do portal.

Na cobertura de uma pandemia, é natural que aspectos ligados à saúde sejam priorizados. ESQUINAS obteve sua maior audiência com a entrevista de um infectologista renomado. Atuando no Hospital Emílio Ribas, Jamal Suleiman desabafou sobre as hostilidades que enfrentava por parte de quem minimiza ou mesmo nega a doença. Republicada no HuffPost Brasil e no Diário do Centro do Mundo, a reportagem já teve mais de 11 mil visualizações no site de ESQUINAS. A área também esteve presente na discussão sobre consultas online e nos testemunhos de sobrecarga hospitalar e do dia a dia numa UTI de covid-19.

Os efeitos do shutdown econômico também foram destaque. Ainda no início da cobertura, uma entrevista descontruía a falsa relação entre isolamento social e crise. O registro da escalada de preços de artigos essenciais, como o gás, a queda das vendas no varejo e a corrida pelo auxílio emergencial (com direito a teste de conhecimentos) marcaram presença. No olhar futuro, pessimismo: prognósticos apontam precarização do trabalho e possível convulsão social.

Sentindo na pele as consequências da pandemia com a paralisação das aulas presenciais, os alunos-repórteres refletiram sobre a educação em sentido amplo. Seja ouvindo estudantes sobre aulas remotas, o desafiante TCC no isolamento, as dúvidas sobre as datas do Enem, a equipe trouxe a experiência de jovens como eles e elas. E foi além, abordando o fechamento de creches, da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da inclusão e o papel da tecnologia.

O radar dos repórteres captou impactos em outras áreas da sociedade. Depoimentos renderam um rico e humano inventário profissional: trabalhadores da cultura, de motéis, assalariados rurais, jornalistas, livreiros, porteiros e artistas. Destaque para as classes esquecidas na linha de frente da pandemia: sepultadores, auxiliares de limpeza em hospitais e motoboys, muitas vezes submetidos ao contágio e à exploração do trabalho.

Em sua cobertura, ESQUINAS deu a volta ao mundo. Em três meses, surgiram retratos da pandemia em lugares tão diversos quanto Filipinas, Camboja, Arábia Saudita, Portugal, França, Irlanda, Bielorrússia, Canadá, Índia, Alemanha e Itália. A aterrisagem no Brasil incluiu um olhar para os mais vulneráveis: indígenas (submetidos ao vírus e ao desmatamento), idosos em asilos e população de rua.

Nomes de destaque ganharam entrevistas exclusivas: Júlio Lancelotti, coordenador da pastoral do Povo da Rua; o rapper Criolo; Rubens Casara, juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, personagem da segunda reportagem mais acessada da cobertura, com 8 mil visualizações. A turma de casa também bateu ponto. Como ESQUINAS registrou, a Cásper seguiu firme e forte na pandemia. Alunos e alunas contaram experiências sobre o dia dos namorados a distância e o cancelamento do Juca; mostraram fotos em um projeto dos professores Simonetta Persichetti e Ari Vicentini; participaram de doação de alimentos e kits de higiene e da confecção de máscaras. Superaram a doença, como mostra o relato do professor Fabio Ciquini, curado da covid-19.

Diversas parcerias potencializaram o alcance da cobertura com outras ações desenvolvidas pela Faculdade. Com a Rádio Gazeta On, liderada por Leonardo Levatti, ESQUINAS participa de 3 lives semanais sobre os bastidores da reportagem. O Centro Interdisciplinar de Pesquisa (CIP), coordenado pela professora Michelle Prazeres, transmitiu uma série de 12 lives — contando com a cobertura da revista Cásper, supervisionada pelo professor Eduardo Nunomura. A área de Cultura Geral, coordenada pela professora Roberta Brandalise, promoveu 4 lives da série Cultura Alive. E a própria revista laboratório transmite, até o dia 25 de junho, sua própria série de lives — Saúde Mental em Tempos Difíceis: uma conversa com universitários –, também no perfil no Instagram.

Tem mais: o compromisso de um conteúdo por dia também durante as férias e uma ampla discussão sobre o papel de ESQUINAS depois da pandemia. Quer participar? Siga com a gente – por aqui, por nossas redes sociais e pelo canal direto por e-mail. Só faz sentido porque você está conosco.

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